
Sim, a disputa da torcida é mais violenta que a dos próprios times!
Convenhamos, sejamos racionais, o fanatismo por um time de futebol não faz muito sentido. Um esporte faz sentido até o ponto em que é uma diversão, linha que há tempos foi ultrapassada. Isso, claro, sem falar em muitas outras características associadas a este esporte. Mas há uma coisa que faz ainda menos sentido do que tudo isso.
Imagine que você viajou para Gana. Alguns ganenses recém-conhecidos lhe convidam a assistir a um jogo deste país contra a Argélia. Nestas condições, o que lhe parece mais natural: torcer por Gana, por nenhum dos dois times ou pela Argélia? Você comemoraria os gols do adversário com a intenção de deixar os ganenses chateados? Talvez até provocá-los, deixá-los bravos?
E, quando Gana possivelmente ganhasse um torneio africano, você falaria para eles que Gana não tem tantos títulos quanto o time do seu país? Compararia números, vitórias, títulos, para que eles não comemorassem tanto a vitória que obtiveram?
E, quando Gana possivelmente ganhasse um torneio africano, você falaria para eles que Gana não tem tantos títulos quanto o time do seu país? Compararia números, vitórias, títulos, para que eles não comemorassem tanto a vitória que obtiveram?
É impressão minha ou somos naturalmente mais amigáveis com as pessoas mais distantes do que com aquelas que nos rodeiam? Não me impressiona que nossos líderes tenham tanta facilidade em dominar-nos, fazer-nos de gato e sapato, se criamos picuinhas até mesmo naquilo que não importa.
E quanto ao prefeito Kassab, que fez a
sandice de proibir que a maior torcida do estado comemorasse a primeira vez
que seu time obteve a taça da Libertadores na avenida Paulista? E de ainda por cima mandar a polícia para reprimir os desobedientes? Kassab, vá à merda! Infeliz, filho de chocadeira que não suporta ver a felicidade alheia, vá tomar no seu cu!
Fui para um bar assistir ao jogo com os amigos. O jogo não me interessava, mas, ainda assim, torci pelo Corinthians, gritei e pulei quando marcaram os gols. Emocionei-me em ver as aclamações pelo time amado, os gritos e os casos de rouquidão permanente. Ao final, alguns, sem acreditar no que viam, choravam de emoção. Era a comemoração deste bando de loucos. Loucos pelo Curintia.
Ao vê-los, pensei: o que seria deles se o time perdesse? Se tamanha foi a alegria, quão grande não seria a decepção? O que seria deste povo que, mesmo tão sofrido, mesmo com tanta pressão, não abriu mão de sua esperança? Que, mesmo sendo alvo de gozação e até preconceito, negou-se a perder sua identidade? Povo tão forte, mas, ao mesmo tempo, tão frágil!
Não dou a mínima para o Corinthians, mas eu morreria por essa torcida.
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