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Afinal de contas, se elas não querem ser estupradas, então elas deveriam deixar de ir à igreja. Os molestadores ficam à espreita, observando as mulheres que saem de lá, e memorizam seus rostos. Alguns, dizem por aí, até costumam frequentá-las para planejar melhor seus ataques. Sendo assim, se elas vão lá, é porque querem ser atacadas, não pode haver outro motivo. Claro, elas sabem muito bem o risco que estão correndo ao comportar-se desta forma.
Ah, e as freiras, então... Quando elas afirmam que são atacadas, os policiais não movem um só dedo. Quem é que iria acreditar numa freira que diz que foi estuprada? Ah, não, ela provavelmente implorou para que o criminoso continuasse. Ele, coitado, só queria corrigi-la, curá-la da sua freirisse.
Um policial decide fazer um discurso nesta cidade, explicando o que as moças devem fazer para evitar os ataques. Em seu discurso, a melhor dica que ele poderia dar: "Parem de ir à igreja."
Um policial decide fazer um discurso nesta cidade, explicando o que as moças devem fazer para evitar os ataques. Em seu discurso, a melhor dica que ele poderia dar: "Parem de ir à igreja."
As cristãs desta cidade se revoltam. É claro, não se conformam com o comentário teofóbico. Se o problema são os estupradores, por que é que o povo está julgando as mulheres por serem ou não cristãs? Não, o que é isso, temos que protestar contra esta situação calamitosa! Temos que nos unir pelo direito de vestir o que quisermos e de rezar onde bem entendemos. Vamos juntar todas as mulheres que pudermos e protestarmos pelo nosso direito de professarmos a nossa fé.
E assim nasce a Marcha das Vadias... Cristãs.
Lá se foram elas, as cristãs, as freiras, os pastores, os monges e até cantores de música gospel. Levaram faixas, cartazes e crucifixos, todas animadas, cantando, exigindo liberdade de expressão, liberdade de ser. Mas eis que elas realizam o ato mais absurdo possível:
Ajoelham-se no meio da rua e rezam uma Ave Maria.
Ajoelham-se no meio da rua e rezam uma Ave Maria.
Ah, não, mas que absurdo!, exclama a cidade, escandalizada. Não bastassem ficar de joelhos, ainda decidem rezar! E tiram fotos! E ainda por cima tinham crianças vendo, ah, não, não pode ser! Mas o que elas esperam com isso? Agora é que vão mesmo ser atacadas! Se elas não têm respeito por si mesmas ao ponto de rezarem no meio da rua, com muito menor razão respeitá-las-ão os estupradores! Estão declarando abertamente (e ainda por cima com orgulho!) aquilo que realmente são: vadias!
Hum... Será mesmo? Por que razão estas moças se autodenominam vadias? Será que é porque elas não respeitam a si mesmas? Ou será que é simplesmente uma forma de dizer: "não temos vergonha de sermos chamadas de vadias pois não estamos fazendo nada de errado"? Não estamos fazendo nada que é proibido, não estamos infringindo nenhuma lei, então por que raios estão nos recriminando pelos crimes dos outros?
E quanto a rezar no meio da rua? Estão fazendo isso para provocar ainda mais os estupradores? Ou estão entrando em confronto com a cultura teofóbica estabelecida nesta cidade? Oras, antes fosse grande coisa, até parecem que nunca viram uma moça rezando ajoelhada na vida! Se algum homem se excita ao vê-las, grande coisa, elas sabem muito bem disso, mas que ao menos saibam que tudo tem hora e lugar: há uma grande diferença entre uma mulher rezando na Marcha das Vadias de uma rezando num quarto com as cortinas fechadas. E, acima de tudo, que saibam respeitá-las pelo que são: mulheres, não objetos feitos para satisfação sexual masculina.
E quanto a rezar no meio da rua? Estão fazendo isso para provocar ainda mais os estupradores? Ou estão entrando em confronto com a cultura teofóbica estabelecida nesta cidade? Oras, antes fosse grande coisa, até parecem que nunca viram uma moça rezando ajoelhada na vida! Se algum homem se excita ao vê-las, grande coisa, elas sabem muito bem disso, mas que ao menos saibam que tudo tem hora e lugar: há uma grande diferença entre uma mulher rezando na Marcha das Vadias de uma rezando num quarto com as cortinas fechadas. E, acima de tudo, que saibam respeitá-las pelo que são: mulheres, não objetos feitos para satisfação sexual masculina.
Genial. Sem mais.
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